É cada vez mais comum encontrar mulheres ocupando cargos que antes eram direcionados aos homens. A igualdade entre os sexos nunca esteve tão próxima da realidade, mas, como todo bônus tem seu ônus, alcançar o que a ala feminina almejou ao longo de gerações vem acompanhado do aumento das responsabilidades. O sucesso na carreira profissional é sinônimo de compromissos inadiáveis e rotina atribulada, o que, segundo especialistas, pode levar à temidasolidão. Por isso, o Bolsa de Mulher conversou com profissionais de diferentes ramos para descobrir como lidar com os novos tempos.
A atriz Thaila Ayala conta que dialogar sua carreira com a vida pessoal é muito difícil, já que, quando não está ocupada, está muito cansada. "Meu ritmo de vida éfrenético, não tenho tempo para nada! Tenho uma melhor amiga que mora em São Paulo e eu não a vejo há meses. Acaba sendo uma solidão muito grande. Toda hora tenho que gravar alguma coisa, tirar fotos, são muitos compromissos e acabo me tornando uma pessoa solitária. Eu não sei o que é sexta-feira há muito tempo. Até quando não trabalho na sexta, me sinto cansada para fazer qualquer coisa, é o acumuladão do resto da semana. Às vezes até arrisco sair com meus amigos, mas é muito chato porque fico bocejando o tempo todo, com vontade de voltar paracasa", lamenta.
Ainda assim, a atriz, que vive a modelo Amanda Moura na novela das 19h, "Ti-Ti-Ti", conta que aproveita o poucotempo livre que tem para recuperar o tempo perdido. "Acho que você não precisa estar presente fisicamente. Eu tento manter contato por telefone e internet. São formas que uso para falar até com a minha família, que é do interior de São Paulo. Aliás, faz muito tempo que não os vejo. Vou até lá sempre no ‘bate e volta'. Quando finalmente consigo viajar para lá, ligo para minha melhor amiga, peço que me encontre rapidinho no estúdio ou então saímos paraalmoçar. Acho que o segredo é esse: saber administrar os pequenos intervalos que você tem da melhor maneira possível. É claro que só com esforço e dedicação é possível se fazer presente mesmo com uma rotina tão intensa, mas acho que também esses momentos são motivadores e te dão força para continuar", conta.
Se um dia a mulher lutou pela igualdade entre os sexos, hoje, segundo a psicanalista Rosane Caiado, ela luta para alcançar o equilíbrio entre o trabalho e a vida pessoal. "É cada vez mais comum encontrar mulheres que priorizam as carreiras. No entanto, acredito que isso é muito mais um discurso do que uma prática. A vida profissional hoje está em destaque, mas não acho que, para as mulheres, ela esteja acima das relações afetivas. É claro que existe uma parcela que prioriza a carreira, mas é a minoria. A maioria tenta dialogar as necessidades. A mulher tem muitas responsabilidades e a sensação de não estar sendo suficiente em lugar nenhum é comum", explica a diretora daContexto Consultoria e Clínica.
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